Os vários tipos de carros híbridos e eléctricos

Publicado a por Eduardo

No primeiro trimestre deste ano mais de 7% dos carros novos vendidos na Europa eram híbridos, híbridos plug-in ou eléctricos. Com os limites de emissões cada vez mais apertados os fabricantes automóveis optam pela electrificação.

A Toyota e Lexus têm híbridos em quase todos os modelos da sua gama, a Volvo com híbridos plug-in em quase toda a gama e a Smart em 2020 apenas vai vender 100% eléctricos, existindo já uma versão especial com os últimos 21 Smart com motor a combustão, os últimos fabricados pela marca.

Dito isto, entram no mercado vários carros com modos de funcionamento diferentes do habitual e nem sempre é fácil perceber como funciona cada tipo de carro. Afinal qual a diferença entre um híbrido e um híbrido plug-in? 100% eléctrico ou com extensor de autonomia? E as novas siglas HEV, PHEV, BEV, o que significam?

Lexus LC500h

Híbridos (HEV, Hybrid)

Um carro híbrido (HEV) tem uma pequena bateria que permite circular a baixas velocidades em modo eléctrico e auxiliar o motor em arranque e aceleração reduzindo o consumo de combustível. Como a bateria tem pouca capacidade a autonomia em modo eléctrico é de apenas 1 a 5 quilómetros.

A bateria é recarregada em travagem ou ao retirar o pé do acelerador. O motor eléctrico funciona como um gerador e aproveita a energia gerada pela desaceleração para recarregar a bateria. Em alguns casos quando a bateria se encontra sem energia é accionado o motor térmico, usando gasolina para repor a energia da bateria.

Na maioria dos híbridos o ar condicionado e a direcção assistida são eléctricos, permitindo conduzir o carro em modo puramente eléctrico e manter o habitáculo fresco quando parado no trânsito.

Existem ainda outros híbridos, os mild-hybrid (MHEV) de 48v que não permitem circular de modo 100% eléctrico e apenas fornecem alguma energia adicional em arranque e permitem desligar o motor em desaceleração.

O híbrido mais conhecido é o Toyota Prius, e a Toyota tem o sistema híbrido mais avançado no mercado de momento.

Híbridos plug-in (PHEV)

Os híbridos plug-in (PHEV) como indica o nome são ligados à corrente para recarregar a bateria. Funcionam como um híbrido, mas com uma bateria de maior capacidade podem circular entre 20 a 50 quilómetros em modo eléctrico a velocidades mais altas, dependendo do modelo.

O Mitsubishi Outlander pode circular a 130km/h em modo eléctrico, usando o motor convencional para acelerações bruscas e velocidades superiores.

A capacidade de circular em modo eléctrico faz com que tenham emissões por quilómetro inferiores, podendo ter acesso a benefícios fiscais na sua aquisição, embora sejam carros mais caros que um híbrido convencional por terem um motor eléctrico com mais potência e uma bateria maior.

Permitem circular em cidade usando apenas a energia da bateria, sem gastar combustível.

100% eléctrico (BEV)

Um carro 100% eléctrico (BEV) está dependente da bateria como fonte de energia. Necessita de ser ligado à corrente para recarregar e, tal como os híbridos, pode recuperar energia em desaceleração e travagem de forma mais agressiva por ter um motor eléctrico com mais potência e uma capacidade de carga superior, contribuindo para uma redução no consumo.

A autonomia pode variar entre 100 a mais de 400 quilómetros, dependendo do consumo e capacidade da bateria.

O tempo de carga depende também de cada modelo, com alguns eléctricos mais antigos limitados a uma potência de 3,7 kW, podendo levar 8h até uma carga total, outros podem carregar com potências de 150 kW. Em Portugal os postos públicos de carga rápida têm normalmente uma potência de 50 kW, permitindo aumentar a autonomia em média em 150 km ao carregar durante 30 minutos, caso o carro permita carregar a essas velocidades.

Têm benefícios fiscais como a isenção de pagamento de IUC e estacionamento grátis ou por um valor simbólico em várias cidades do país.

O Tesla Model 3 é o 100% eléctrico mais vendido na Europa.

Eléctrico com extensor de autonomia (EREV)

Um eléctrico com extensor de autonomia (EREV) funciona como um carro 100% eléctrico, tendo um gerador, normalmente um motor a gasolina, para recarregar a bateria quando esta fica sem energia disponível. São por vezes confundidos com os PHEV, mas o que os distingue é que o motor principal é eléctrico e apenas este é o responsável pela propulsão do carro.

Dependendo do modo de funcionamento podem ter a sua potência máxima disponível quando funcionam com o gerador ou ver a sua velocidade máxima reduzida quando sem bateria. Por consumirem gasolina quando sem carga não têm os mesmos benefícios fiscais que um carro puramente eléctrico.

Apenas quatro carros de passageiros existiram nesta categoria, o BMW i3 na versão REx, Fisker Karma, Opel Ampera (Volt) e Cadillac ELR.

Hidrogénio (FCEV)

Os carros equipados com uma célula de combustível de hidrogénio (FCEV) não são comercializados em Portugal actualmente, e têm estado disponíveis em alguns países apenas num regime de leasing para verificar a viabilidade de um carro destes.

Ao contrário de um carro 100% eléctrico que usa a bateria como armazenamento de energia, este usa hidrogénio que é depois convertido em electricidade através de uma célula de combustível. Atestar é semelhante ao GPL, demora cerca de 5 minutos e permite uma autonomia próxima dos 500 km.

A Honda e Toyota têm investido muito nesta tecnologia, assim como a Mercedes. Por curiosidade, na STCP já circularam em testes autocarros a hidrogénio da Mercedes.

Não são tão eficientes como um 100% eléctrico, usando 2.4 vezes mais energia para percorrer a mesma distância, e têm um custo superior. Com o aumento da potência de carregamento dos carros eléctricos esta tecnologia começa a fazer pouco sentido para os automóveis ligeiros de passageiros.

O primeiro carro com célula de combustível a ser disponibilizado ao público em regime de leasing foi o Honda FCX em 2002, no Japão e no estado da California.

Rimac Automobili C_Two

Apesar do aumento da electrificação dos automóveis, a maioria das vendas na Europa continua a ser a gasolina, com as vendas de carros a gasóleo em queda acentuada (-17%). O GPL continua também em queda na venda de carros novos.

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