O que se passou com a Jaguar?
A Jaguar decidiu reinventar-se como marca, preparando-se para em 2026 ser 100% eléctrica. Nada de errado com isto, Bentley e Rolls Royce estão também a mover-se na direcção da mobilidade eléctrica e, no caso da RR, assenta-lhe como uma luva.
Mas a apresentação da nova marca e logotípo da Jaguar não apresentam nenhuma relação com a sua história rica, com altos e baixos é certo, mas com carros icónicos, um deles talvez o mais belo de sempre, o E-Type.
Vamos primeiro ver qual o posicionamento da marca. Uma marca de valores tradicionais, carros de luxo que ombreava com Bentley e Rolls Royce, expandiu-se para um mercado mais acessível para competir com os alemães e ainda lançou alguns desportivos.
Quando se fala em Jaguar o cliente típico que vem à ideia é sempre um homem de meia-idade ou mais velho que procura um carro com algum estatuto, embora os novos modelos mais virados para a moda dos SUV tenham captado um público mais jovem mas ainda assim com um posicionamento distinto.
E isto foi o que apresentaram.
Será certamente um caso de estudo, como matar uma marca em apenas 30 segundos.
Ficamos sem perceber se a Jaguar vende carros ou passou a ser uma marca de roupa. Pela fonte usada parece ser uma marca que vende torradeiras hip, mas o anúncio faz-me parecer que a Jaguar passa a ser uma concorrente da United Colors of Benetton.
Será que a equipa de marketing e design esqueceram-se de que trabalhavam com uma marca de carros?
A Jaguar já tinha perdido prestígio e, nos últimos dez anos, parecia andar um pouco perdida com modelos a serem anunciados e prontamente cancelados, e uma gama a fazer lembrar os tempos da Ford e do X-Type.
É bom que apresentem um carro bombástico que nos faça relembrar a Jaguar de outros tempos. A opinião pública é bastante contrária, basta ver os comentários no vídeo, e as acções da Tata Motors já estão em queda.
Veremos que futuro se reserva a esta nova Jaguar.
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